terça-feira, 1 de abril de 2008

(Anesthesia) Surgery



E aquelas duas portas negras abrem-se para a luz...
A cura era visível mas tão distante...
Deitei-me no duro leito da regeneração... A partir dali estava para além de mim...Estava impotente...
Puseram-me a máscara do nada e caí em descanso...
O corpo nada sentia mas a alma esta viva e acesa. D
eu-se o primeiro corte... Enfrentei-o como uma criança que oscila entra o medo do longínquo desconhecido e a incontornável curiosidade.
Ri-me,ri-me de mim.
Tudo era tão branco e limpo.
O meu corpo era deles mas eu não.
Eu, voava, via a precisão daquelas mãos que tudo controlavam e os olhos que até a rainha das águias que vive lá no alto, no alto do mundo a que só o pensamento alcança, invejaria.
Sentia-me frio... A morte assustava-me...
Aquela imensidão de nada, a profunda escuridão, a simples ideia da não-existência dava-me arrepios.
Eu era alguém...
Mas... Não sentia medo. Ela sorria-me, sem saber.
Ali estava eu, nu de corpo e alma à mercê de um estranho, um anjo da vida de luvas brancas.
Senti-me a voltar ao meu lar.
Doce Corpo.
Aquela viagem pelo tudo e pelo nada, em que o tempo não era obstáculo tinha acabado.
Respirei...

Sem comentários: